sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sinais


Karma. Não sou o Mazzaropi lhe pedindo para não se exaltar.
Karma é sinônimo de destino. E antes que você pense que este
é um tema recorrente meu, trago em minha defesa Ruben
Fonseca, por exemplo. Tal autor escreveu mais de mil vezes
sobre bandidos e assassinos e sempre é maravilhoso, Não,
não quero me comparar com Rub… porra, tenho que parar
de me justificar e começar a escrever. Pois bem cara-pálida,
toma. Acho que sabia desta doença. Sempre soube. Lógico,
olhando em retrospcto é mais fácil, adoraria estar errado,
não estar escrevendo e não ter isto. Mas sabe aquela sensação
que você tem ao visitar um lugar pela primeira vez
e achar que já conhece? Lembra de Matrix?
Quando está sonhando você está vivendo ou o que achamos
que é vida é na verdade o sonho?  Toca Raul: “Era uma vez
um sábio chinês que um dia sonhou que era uma borboleta
voando nos campos, pousando nas flores, vivendo assim um
lindo sonho. Até que um dia acordou e pro resto da vida uma
dúvida lhe acompanhou: Se ele era um sábio chinês que sonhou
que era uma borboleta, ou se era uma borboleta sonhando
que era um sábio chinês”. Em algumas ocasiões eu me pego
tentando comparar a doença com antes, com a outra vez.
Não tem antes. Não tem outra vez. Posso e acho que sonhei
com isto. Tem vezes em que eu realmente acho que já estive
aqui. conheço este lugar. Achava que a dor advinha da brusca
perda de meus pais. Por vezes achava que os outros me viam
como coitadinho. Coitadinho? Boa-pinta, bem sucedido,
inteligente, invejado e invejável. Era assim que eu era visto.
Quem me via como coitadinho era eu mesmo. No inconsciente,
subconsciente ou sei lá o quê, imaginava que o sofrimento
estava por vir. E minha mãe que um dia antes de dormir
o sono dos justos falou para meu querido irmão cuidar
de mim? Antes ela mostrou esta mesma preocupação
para com meu tio. Maluco, né? Não me enlacei,
não constituí família. Acho que lá no fundo,
no âmago, conhecia meu karma.
Pena não ter desvendado o código mais cedo.
Poderia ter começado a pescar Marlins.

Quantidade



Estou postando mais rápido que você consgue ler?
De onde vieram estes, tem mais,
O cérebro parece estar melhorando também... Amén.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Quase


Não vou ser hipócrita. Preferia ser o ser que tanto abomino,
com sérias falhas de caráter mas são, a ser eu, bastião da
moral e bons costumes, macho e dodói. Não coube a mim
escolher. Então vamos malhar. E o desvio de comportamento
de hoje é o “Quase”. Não sei se foi a educação, o temor
do mundo violento, os altos muros dos condomínios
que produziram este rascunho mal-acabado de homem.
Sim, o “Quase” é o covarde, a menina moça, o garotinho.
Você o conhece. Pode ser lutador de jiu-jitsu, tatuado,
pode até ter uma motocicleta Harley-Davidson. Nada
adianta. O “Quase” é o cara que quase se posicionou.
Quase deu sua opinião, quase fez o que deveria ser feito,
quase disse a verdade, quase agiu corretamente, quase
foi homem, quase viajou, quase foi amigo, quase lutou,
quase… Sem dúvida você teve momentos quase.
Eu também. Então o que nos diferencia do “Quase”?
O medroso em questão usa o quase como modus-operandi.
Fez disto a regra, não a exceção. É e sempre será um fraco.
Nem percebe mais que é assim. Triste, não?
Eu quase não escrevia este texto. E você quase não lia.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Filho da Praia


Este texto seria outro. Iria ser mais triste, mais pesado.
365 dias. Um ano atrás estava aqui, neste mesmo apartamento,
neste mesmo lugar. Praia das Astúrias, Guarujá. Tinha acabado
de chegar de Ubatuba, onde depois da Tati voltar para trabalhar
fiquei mais uma semaninha em uma pousada de frente para
o mar. Em 15 dias iria visitar a família no inverno canadense
e como não cumpria mais pena em agências resolvi trabalhar
na minha forma física e bronzeado. Guarujá, estou indo.
Eu e o Topek. Nunca tive problema de fazer as coisas sozinho.
Me dou bem comigo mesmo. Fora que o Totó é melhor
e mais legal que muita gente. Falta a ele a vontade de conversas
mais elaboradas. Acordava, ia correr com o bichinho, café,
praia, mar, livro, soneca e etc. Vi que só o discurso não mais
bastava. Teria que ir embora deste manicômio de nome São Paulo.
Corta. Um ano depois estou aqui, na praia. E este texto iria ser
mais rancoroso porque não estou como quero. Mas em plena
quinta-feira, estou aqui na varanda do 12º andar, debruçado
sobre o mar, escrevendo. Antes, estava sentado na praia,
ouvindo Bad Company, tomando sol. Tomei um banho de mar
na beira, de balde, dei uma caminhada com o Topek e a Lilly.
Ah, e comi uma salada digna dos melhores restaurantes.
Shitake, aspargos e palmitos estavam presentes.
Graças a D’us posso. A vida que era doce, tem de voltar
a ser. Só tenho que me acostumar com o gosto artificial
do adoçante.

Divisão de Ruins


Não sei se o título é realmente bom. Sei que já comecei texto
com “não sei”. Desculpa, sou meio que novo neste riscado.
A idéia deste relato surgiu com o tumor de minha tia.
Mas poderia advir do câncer do rapaz que vi na quimio.
Ou do menino que apareceu no Fantástico. Ele passou
em direito no vestibular da USP. Pelamordedeus,
não me interprete errado, cada um tem seu sofrimento.
Não quero comparar e isto não é uma competição.
Minha tia teve um tumor no dedo mindinho do pé.
Extirpou-o. Não querendo mas comparando, ela teve um
blecaute em um bairro afastado do Chuí. Tal falta de luz
durou alguns dias. O meu tumor é em São Paulo.
Na Paulista, Vila Olímpia e Berrini, pontos nevrálgicos
do Brasil. O apagão após 10 meses não tem previsão
de voltar ao normal. Além de não deixar o país ir em
frente, não podemos dimencionar os estragos causados
até agora. Cientistas politicos calculam as perdas em bilhões,
trilhões, quatrilhões até. Os jovens que vi na quimio
e no Fantástico também tem cânceres. A doença é
violenta, devastadora e ponto. Mas o ponto em questão são
os efeitos. Eles tem o cansaço e a incerteza do tratamento.
Mas tem vidas. Vestem-se, andam, trabalham, saem,
se divertem na medida do possível, viajam, namoram.
Até andam de Harley se assim quiserem. Eu tive efeitos.
Ao cansaço e a incerteza somam-se sintomas que me
talharam estas coisitas que constituem o dia-a-dia.
De modo algum gostaria ou desejaria outro enfermo
dividindo efeitos comigo. Gostaria, isso sim de viver
a vida, que no momento está no escuro. Tem também
outra coisa que espero dividir com estes outros bravos:
Fé. Ela que mantém o fósforo aceso nesta escuridão.

E aí, Bicho



Salgadinho


Você vem aqui ler meus textos por causa de meus valores,
não é? Meus princípios, códigos de conduta, tradição, família
e propriedade? Pois bem, desisto. Meus princípios estão
à venda. Um cheese-salada, uma Coca e olha lá.
Baratinho. O que tenho que fazer? Roubar? Opa.
Roubar no preço da lata de óleo? Um par de tênis? Talvez
um celular? Um Rolex? Um banco? Ah, matar. Vambora.
Com requintes de crueldade? Com um cortador de unhas
velho e cego? Claro. Anão? Albino? Anão albino? Ah não.
Sulista? Nazista? Velhinha? Com prazer. Sem prazer?
Topo também. Menas? Só pisar em alguém? Quer que
eu ponha coturno? E difamar? Quer que eu entregue
criancinhas besuntadas em marshmallow ao clérigo?
Se você se beneficiar, até seus filhos, né juventude?
Ficar exaltando dogmas falidos como princípios
e valores não está com nada. Vendido. Como
um cachorro faminto. Venha abanando uma asinha
de frango que você vai ver. Novo dono aí vou eu.
Sem escrúpulos.. Mas com asinha. Ou cheese-salada.

WOW



Safety First

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Freak Show


Vou colocar em um mesmo texto um símio, reflexos
e dinheiro. Tomara que dê certo. A Monga foi um rito
de passagem. Lembra? em um parque de diversões
uma mulher bem mais ou menos, de biquíni vira
um cara em uma fantasia vagabunda de gorila através
de uma trucagem barata de espelhos. Quando moleque,
ficava apavorado. Depois, já adolescente você espera
a transformação e fica lá dentro para tretar com o gorilla.
Lembro do macaco implorar por seu emprego. E eis
que a participação do símio se encerra aqui. No mesmo
parque, tinha a casa dos espelhos. Nada mais era do que
uns espelhos que distorciam totalmente a imagem. Deste
você lembra? Pois é. Pra mim hoje em dia todos espelhos
vem desta casa. Estou sempre inchado, distorcido,
ensaiando caretas. Pacientes em tratamento quimioterápico
geralmente emagrecem. Definham, até. Eu sou do contra.
Inflei. Engordei uns 14 quilos. Ainda bem que meu cabelo
voltou a crescer. Antes eu parecia uma aberração careca.
Agora, depois de tomar um solzinho, deixar o cabelo
crescer e emagrecer algumas gramas, pareço só uma
aberração com entradas. Digna de um parque de diversões
mesmo. Mas isto nem me preocupa tanto. Se o desafio
fosse só ficar em forma, o encontro romântico com
a Monga já estaria garantido. Preciso ficar bom antes.
Ok, e o dinheiro? Seis milhões de dólares. Foi essa quantia
que a Nasa investiu para salvar o Coronel Steve Austin.
Interpretado por Lee Majors e mais um personagem
que habita um cômodo inútil do meu intelecto, ao homem
de seis milhões  de dólares foram implantadas duas pernas,
um braço e um olho. Todos biônicos. Todos estes membros
davam uma força, uma velocidade e uma visão
extraordinárias ao ex-astronauta, Não preciso das duas pernas.
Fico com uma, o braço e o olho. A força, velocidade
e visão não precisam ser biônicas. Podem ser apenas
funcionais. E ai, de seis milhões, dá para fazer quanto?
A este panteão de aberrações, pensei em acrescentar 
Frankstein. O açougueiro neurocirurgião deixou em meu
pescoço uma cicatriz digna do monstro criado por Mary
Shelley. Acho que porque o caso perdido aqui precisaria
de tudo, reza brava e o escambau menos uma
nuca harmoniosa, Frank, você fica de fora. Contigo,
seria muita concorrência, né não Monguinha?

Advertising


Engulo-as. Disse que não acredito em propaganda?
Retiro as palavras bonitinho. Ei-la. "A" propaganda...

Hair Center


Domingo a tarde. Como a Rapunzel, estou preso aqui na torre.
Sem a doença estaria fazendo o que bem desse na minha veneta.
Possivelmente teria comido bem. Tem coisa melhor que comer
bem? Tem, mas pelo menos isto ainda faço. Com uma bem maior
circunferência abnominal, mas faço. Possivelmente teria dado
uma bela volta com o Topek. De bermuda, havaianas, saquinhos,
uma bolinha e rock’n’roll no i-pod. Os saquinhos para o cocô,
a bolinha para o caso de parar em uma pracinha e o rock’n’roll
porque god gave it to you. O Topek estaria extasiado.
Possivelmente colocaria um jeans, camiseta e iria a uma deliciosa
sessão de terapia. Na Castelo Branco, que é aqui pertinho, eu e
minha analista Harley-Davidson comungaríamos na santa paz
divina. Obrigado, doutora. Mais uma sessão irrepressível.
Hmmm, uma porção de bolinhos de arroz e dois chopps.
Não vou beber mais porque não sou moleque, estou de moto.
Careta? Não. Senhor do meu castelo, faço o que bem entendo.
Agora não mais reino nele. Como a Rapunzel, sem o charme
e as longas madeixas, espero pelo príncipe em seu belo puro
sangue. Trotando não sei de onde, ele vem me resgatar.
Alazão e o príncipe Salvação estão a caminho.
Estou até deixando tranças.

Chill


Após uma semaninha descansando na praia,
sem internet ou atribulações, estou de volta.
Cheio de textos para o seu deleite.
Então, senta, sossega e divirta-se.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Thank You Mr. Postman


O carteiro chegou. Trouxe um cartão-postal do meu irmão
e um e-mail do Gustavo. Ambos emocionantes. Ambos
o motivo pelo qual escrevo. A essência do postal do meu
irmão você já conhece. Está na maioria dos meus textos.
O e-mail do Gustavo, está aqui. Obrigado Inho, meu irmão.
Obrigado, Gustavo. Obrigado a todos vocês.
Pelos comentários. Pelo carinho. Pela força. Obrigado.

"Velho parabéns pelos posts desse fim de smn. Acredito
que tudo que acontece em nossa vida (tanto pro bom qto
pro ruim) tem um motivo, e esse motivo é nos trazer algum
tipo de aprendizado.
Acompanho seu blog já há algum tempo e vejo que em
cada post seu demonstra essa sua evolução e valorizaç ão
de algumas coisas que por muitas vezes esquecemos em
nossas vidas.
De qualquer forma saiba que te admiro mesmo sem
te conhecer pessoalmente, te desejo muita saúde, e
preciso te agradecer pois seus posts me fazem lembrar
de ñ esquecer de valorizar as coisas importantes da vida
(amigos, família, meu cão, saúde etc).
Abs,
Gus"

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Trilogia III: All You Need Is Love


É bem possível que este texto venha embebido em amargura.
Mas o princípio ativo não é este. É amor. Um amor que você não vai
experimentar. Tomara Deus. Um amor que só vem para poucos e em
poucas situações. Eu na doença por exemplo.
Quanto a amargura, esta está nos olhos de quem não gosta de mim,
mas por uma dose de prazer doentio, segue este blog.
Já tentou o www.jacarebanguela.com.br? Bem engraçado.
Você que gosta de mim, do meu blog, me tolera ou só quer saber
o que tenho a dizer sobre amor e o trânsito está terrível, siga.me.
Nem vou falar do amor entre homem e mulher. Você deve entender
disto melhor que eu. Sou um solteirão inveterado. Complexo
de Peter Pan, lembra-se? Vou falar do amor incondicional que
venho recebendo desde o advento desta doença. Achava que
amor incondicional, só do Topek. Ledo engano. Não vou dizer
que só esta lição já valeu a pena, porque nada nesta doença vale
a pena. Mas está sendo um aprendizado valioso, uma troca de valores
imprescindível. Solidariedade? Acho que não, solidariedade
me remete a pena, dó. Obrigatoriedade? Não coloquei arma
na cabeça de ninguém. Dois meses de radioterapia
que não adiantaram. Eu estava lá, todos os dias. meu irmão
também. Eu tinha de estar, e ele? Meu irmão que mora no Canadá
a uns 10 anos perguntou se eu queria que ele voltasse.
Não tenho dúvida que ele e sua famíla voltariam.
E o único irmão de minha mãe, que me adotou?
Minha tia, mulher dele? Outras tias competindo lacrimejantes
para ver quem amava mais minha mãe? E os amigos? Estas,
caro colega internauta são demonstrações indeléveis de amor.
Amor Incondicional. Novamente, de poucos. Mas bons.

Trilogia II: Quimera Etílica


Não sei se a metáfora é fraca. Digna de nosso ex, Lula. Achou que
eu fosse entregar algum segredo sórdido seu, hein. Metáfora barata,
de botequim literalmente, mas foi o que surgiu. Sou uma caipirinha
de Lichia. Explico. Lembra quando surgiu esta pequena fruta?
Meio estranha, mas todos queriam experimentar. Me senti um pouco
assim. No começo o que veio de gente. Amigos, “amigos”,
curiosos, conhecidos, todos no hospital em um misto de dor,
choque, curiosidade, pena. Não sei o que cada um pensou,
não sei se eles acharam que seria mais simples. Eu achei que seria
mais simples. Sei que passados 10 meses a frequência rareou.
Graças a Deus, às vezes me sentia a mulher barbada do circo
(outra translação medíocre?). Talvez, como a tal caipirinha
de Lichia, as pessoas descobriram o gosto residual de peixe.
E todos voltaram para seus antigos hábitos. Se continuar
a metáfora etílica, diria que a cerveja, o chopp e a caipirinha
tradicional voltaram. Mas não esqueçamos dos poucos e bons.
Masoquistas ou não, eles não abandonam esta frutinha em questão.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Trilogia I: No Vacancy


Nunca quis concorrer com o Tom Cruise ou Brad Pitt. Juro que não
estou falando de beleza. Juro. Nunca quis ser ator principal de nada.
Protagonista da minha vida e olha lá. Mesmo assim, para uma
diminuta platéia. Sempre preferi as cochias à luzes da ribalta.
Tire estes holofotes de cima de mim. Por isso a aversão a festas.
Aquelas em que era o assoprador de velinhas em questão.
Era o tradicional jantar em família e olha lá. Sem parabéns a você,
please. Lembro de um jantar comemorativo em que
o aniversariante aqui não foi. Fui a um show. O jantar transcorreu
sem grandes problemas. Assim era até uns anos atrás.
Talvez pela repentina morte da minha mãe alguns anos atrás
senti uma necessidade avassaladora de festejar. Celebrar a vida.
Me cerquei de poucos e bons amigos. Pouca e boa família também.
Com direito a bolo e tudo mais, gostei. No ano seguinte a mesma
vontade mas com uma abordagem diferente. Enchi a geladeira
de cerveja e a casa de “amigos”. Santa ingenuidade. Publicitários
da agência em que eu cumpria pena vieram para esmiuçar minha
residência, meu estilo-de-vida, minhas posses. E pela cerveja grátis.
Motociclistas malvados para esmiuçar e invejar. E pela cerveja grátis.
E trouxeram um monte de outros motociclistas malvados que nem
sabiam meu nome cuja sede era atróz. A inveja idem. Os poucos
e bons amigos também vieram. Todos deram uma bela diarréia para
o Topek. Muitos quitutes em troca de truques. Ano passado,
no auge da doença, impossibilitado de andar e preso em uma cadeira
de rodas quis grandiosidade. 40 anos. Poderia ser o último
aniversário. Acredito que inveja não motivou ninguém, mas
curiosidade, pena, bebidas e pizzas grátis trouxeram mais de
cem pessoas. “Amigos” que passados 5 meses não ligaram, não
retornaram um e-mail ou SMS de Ano-Novo se esbaldaram com
a Margherita, 4 queijos, Calabresa e Shitake. Por que estou dividindo
este dessabor com você? Porque aprendi na marra que qualidade
definitivamente não tem nada a ver com quantidade.
Você não precisa de mais de cem pessoas
para se sentir amado. Poucos e bons bastam.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Destemido


Adoraria ver o final dessa história...

Flames


Flames by Indian Larry isn't just flames...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Heritage


Seu saldo em conta é de dois milhões, quatrocentos e setenta
e dois mil, oitoscentos e dezessete reais. Bom-dia, bem-vindo
ao conselho deliberativo, senhor presidente. Nesta região
da Faria Lima e Jardim América seu pai possuía apenas
4 casas. Nada disso. Nåo ouvi nada disso quando meu pai
morreu. Mesmo porque aos 5 anos de idade, não sei se seria
um bom presidente. Não tive uma herança monetária que
valesse a pena. A herança moral foi grande. Mas tenho
vergonha de falar a respeito. Seria como uma mãe falar
sobre seu filho cafetão e seu filho publicitário.
Onde já se viu um filho publicitário? Tsk, tsk. Vergonhoso.
Embora errados, antiquados para os dias atuais, os valores
que meu pai deixou perduram em mim. Não matar. Não roubar.
Não sacanear. Estas coisas bem fora-de-moda. A herança moral
é sólida. A herança genética, esta sim. Caprichada. Estatura limitada
(mais elegante que baixinho, não?). Calvo. Míope. Canhoto.
Pé chato. Personalidade idem. Gengivas delicadas. Coração idem.
Mas a macheza e a garra vieram no pacote. A luta é inerente.
Sei guerrear, herdei isto também. As heranças monetária, moral
e genética definitivamente foram minha melhor herança.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quote


"What we do in life echoes in eternity."
                 Maximus Decimus Meridius

Marlin e Eu


Lembro de um filme do Jerry Lewis de mil novescentos e bolinha.
Ele conta que foi diagnosticado com uma doença terminal, tem mais
xis meses de vida, aluga então um belo barco e vai pescar Marlins,
gastando assim todas suas parcas economias. Após ficar sem um
tostão furado e diagnosticado erroneamente, vemos que ele está
contando suas memórias para médicos em uma sala de operações
com o tal peixe atravessando sua barriga. Lembra? Misturei filmes?
Não é nada disso? Já falei que minha memória não é pródiga, mas
o filme não é importante. O importante é a matemática dos
“X” meses de vida. Explico: o doutor lhe diz 20 meses.
Você após vender carro, apê e tudo mais, junta 400 mil.
Quatrocentos mil reais e vinte meses. Boa pescaria.
Sempre pensei nesta conta. Quanto você precisa para
viver bem a velhice? O método Jerry Lewis me parecia lindo.
O único problema seria este diagnóstico errado. E se você fica vivim
e sem dim-dim? Em um mundo hipotético esta conta era simples e
eficiente. Já sei, juventude. O mundo não é hipotético. E a conta
não é simples. Fui diagnosticado corretamente. Felizmente os tais
xis meses não vieram. Este diálogo, acho que só em filmes.
Infelizmente vieram efeitos. Não vendi carro, apê, nem tudo mais.
Não fui pescar. Agora só me resta ficar bom. Aí sim. A conta vai 
dar certo. Os Marlins que me aguardem.

Tank



sábado, 5 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Hora do Besteirol


Esqueça Kubrick, Hitchcock, DePalma. Scorcese? Spielberg? Copolla?
Também não. Matadores de Vampiras Lésbicas. Eis o melhor filme
de todos os tempos. Eu não vi. Minha família também não, mas
o Róqui sim e falou que é muito bom. Com este nome não tem como
não ser. Nada como um título matador. “Matadores”: você já espera
o derramamento de sangue. Armas, explosões. Somado a palavra
“Vampiras”, espere por armas brancas também. Facas, espadas,
lanças e estacas cravadas no coração. Até uma katana é bem-vinda.
“Vampiras Lésbicas”. O que esperar do casting? A Wilza Carla?
Você já viu um filme com vampiras feias? E com vampiras?
As lésbicas dos filmes em nada se parecem com a realidade.
Duas motoristas de caminhão se atracando não são as imagens
mais sexies de se ver. Que tipo de diálogo pode se esperar?
Discussões antroposóficas? Teoria da Evolução?
Vi o comercial deste filme e me animei. Outro Plano Bê.
Será que existe o profissional que cria estes nomes? Isso sim
é criatividade. O sujeito recebe o pedido para traduzir o filme
de nome “The Chain” e me vem com “As Sete Freiras Taradas
no Templo de Shao-Lin”. Lembra quando “A Hora do “
fez sucesso? Houve uma avalanche de filmes chamados assim.
“A Hora do Pesadelo”. “A Hora do Espanto”. “A Hora
do Espanto causado pelo Pesadelo”. Sensacional.
Sim, definitivamente quero me enveredar por esta carreira fascinante.
Não perca “A Hora do Intrépido Ol’Jones”. Em breve.

Tank




quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Destino


Nossos destinos foram traçados na maternidade? Antes?
Você não acredita em destino? Nenhuma ação sua influenciará
o resultado final? Então este tal de destino é imutável?
Por que ao invés deste publicitário frustrado, forçadamente
aposentado (embora hoje aliviado) não virei uma estrela, anualmente
agraciada com prêmios e aumentos mil? Porque não grudei
nas bolas certas? Porque não quis virar noites fazendo coisas
que nem sei se acredito? Porque tem um monte de moleques topando
fazer o meu trabalho por um cheese-salada e um refri? Ainda
que pior? Ou não? Porque simplesmente não sou genial? Porque
tem um milhão de caras por aí tão bons quanto eu? Acho que
um pouco disto tudo. Algumas ações minhas definitivamente
contribuíram para estar profissionalmente onde estou.
Então posso dizer que neste caso, influenciei o destino?
Nunca casei. Nem tive filhos. Não que eu saiba. Por que?
Porque tenho Complexo de Peter Pan? Porque sou extremamente
egoísta preferindo gastar meu tempo e dinheiro em benefício
próprio? Porque prefiro sair andando a ficar e resolver, discutir
a relação? Conheci e namorei mulheres fantásticas. Fui noivo.
O último namoro durou uns 4 anos. Mas nunca fui em frente.
E elas vieram me visitar, tenho amizade, carinho.
Posso concluir que não sou de todo um monstro.
Posso concluir também que minhas decisões foram fundamentais
no meu destino amoroso. Cerrto?
Não fui viciado em drogas. Nunca fumei. Adoro uma Fanta Uva,
mas nem cheguei perto da overdose. Nunca fumei crack, esfaqueei
algum parente ou vendi o vídeo-cassete por causa da cocaína.
Também não transei com macacos infectados da África. Não tive
chance e eles não fazem meu tipo. Não tive problemas de colesterol
nem obesidade. Fui atleta. Não de fim-de-semana, mas daqueles
malucos que acordam antes das seis. E por muito tempo. Corri
maratonas. Marquei até tempos expressivos para um atleta amador.
Estou dodói e você sabe. Shit happens.

WOW


Still drooling.

Details




Deus está nos detalhes...