Feche as livrarias. Ignore as bancas de jornal. Boicote
os gratuitos jornais de esquina. Esqueça a Internet.
Nada mais que possa ser escrito importa. Nada.
Nem aquele último livro do seu escritor preferido.
Não gosta de ler? Nem se preocupe em começar.
Nada do que eu escrevo vale a pena. Que pena. Ilusão minha
me comparar ao seu escritor preferido. Ilusão minha achar
que você me lê. Ilusão minha achar que alguém me lê.
Sim, estou com minha baixo-estima baixa. E nem é porque
estou dodói, inchado ou fazendo uso de uma cadeira de rodas
para locomoção. Ou pela falta de equilíbrio. Ando pior que
o bêbado mais bêbado e sequer tomei um chopp. Ah que
saudade, nem um só. Nem é a presença constante da minha
querida cuidadora Ana que procura evitar impossíveis tombos
de se tornarem possíveis. Minha baixo-estima baixa é
por causa destas singelas linhas. Nem por causa delas, mas
por causa da minhas singelas linhas no geral. Por causa do
blog. Do Old Jones. Prazer, pode me chamar de Claudio.
Claudinho? Ok. Entre e fique à vontade. O blog começou
com a coisa que mais gostava na vida: Harleys-Davidson.
Conforme a doença ia mostrando seus pegajosos tentáculos,
o blog foi mudando para o que realmente mais gosto na vida:
a vida. Escrever para mim se tornou uma super válvula de
escape. Mas como ainda pertenço a raça humana, sou
vaidoso. E descobri que gosto de ser lido. Mas não tenho
como saber quantos me lêem. O seguidor de ontem pode
ter desviado no meio do caminho e o de hoje, pode ser
tímido e prefere se abster. Mas faz diferença. Deixa-me
feliz. Não estou só nesta batalha. Escrevendo, opinando,
marcando presença você participa comigo nesta caminhada.
Nesta ode à vida preciso de você. O caminho é tortuoso,
mas me ajude. Comente. Não me abandone.