Faith

Claudinho, onde está sua fé? O texto anterior nos traz a este:

religiosidade. Sou judeu, tenho orgulho disto, mas se entrarmos

na seara da fé, não sei muito o que dizer. Acho que já tive mais,

acho que as mazelas da minha vida (snif,snif) me levaram a

desacreditar em finais felizes. Não digo que minha equação é

de 100% cético ou ateu. Pronuncio o nome de D’us sempre

e não acho que é apenas conversa fiada. Acredito em algo maior.

E mais do que ninguém preciso sorrir no final.

Este papo de deixar nas mãos de D’us é que me bodeia.

Nåo está bom? Porque você não tem fé. Porra, e todo o tratamento,

limitações, quimioterapia e radioterapia, toneladas de remédios,

exames, internações, seções estafantes de fisioterapia?

Não importa. Importa sua falta de fé. Não pedi o suficiente.

Não rezei o suficiente. Não acreditei o suficiente. Frustrante.

Mas o pior são as pessoas que realmete acham que a doença é

uma intervenção divina. Um recado, uma lição por algo que você

tenha feito. Nesta ou em outra vida. Então fui Hitler.
Não, pior ainda, fiz algo maravilhoso por ele. Já sei.
Para merecer esta doença, devo ter feito a primeira boquete
no Hitler. Pela recompensa, mandei bem.