quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Los Hermanitos



Clichê dos clichês: Nada de bom passava na televisão. Não fui
planejado. Oito anos depois do meu irmão do meio eu apareci.
Onze anos separavam o temporão aqui do meu irmão mais velho.
Mas ao contrário do Arnaldo, o tal do meio, não fui objeto de
barganha. Sérgio, o tal mais velho tentou trocar meu querido irmão
apenas 3 anos mais novo que ele por um trem. Mas até dá para
entender: O tal trem assobiava várias melodias. Ao contrário
do desafinado Arnaldo. Talvez e provavelmente pelo lapso
temporal, o temporão que vos fala foi mimado. Admito.
Mas assim como os tais irmãos, aprendi direitinho o que é ser
sangue do mesmo sangue. Aprendi a ser amigo, a ser brother.
Aprendi que um irmão desafinado é bem mais bacana que um
trenzinho. Pela diferença de idade, eles me ajudaram bastante.
Abriram caminho e asfaltaram as pistas. Assim, nada era
perigoso demais, inconsequente demais ou maluco demais.
Aos treze: "Mãe, vou no show do Kiss, de ônibus".
Aos dezenove: "Mãe, vou ser voluntário no kibutz em Israel,
trabalhar e mergulhar um tempo no Egito, depois devo pegar
um navio para Europa, dormindo no deck é claro, viajar por
lá e por último, devo ficar uns quatro meses lavando panelas
ou algo parecido em Londres". Só nisto eu não pude seguir
os passos do mais velho Sérgio: Ele foi impedido de entrar
em terras britânicas. Sua aparência em geral e barba em
particular assustaram os súditos da rainha. O Arnaldo
também foi passar um ano fora. Mergulhamos com tubarão.
Fomos algumas vezes mergulhar no Caribe. Viajamos
e ficamos uma semana à bordo de um barco, em Abrolhos.
E com o Sérgio, atravessei o Canadá. Sua família, ele e eu
em uma Kombi com camas e cozinha. Enfim, graças a eles
pude fazer tudo. Me ensinaram a aproveitar todas as
oportunidades. E aproveitei. Brigamos, é lógico. Fui
adolescente e chato. Mas aprendi cedo o que é ser do
mesmo sangue. O que é tomar um tiro por alguém.
E nesta minha hora difícil, eles tem tomado uma saraivada
de balas com o meu nome na ponta. Desnecessário
escrever sobre tais petardos. Desnecessário dizer o quanto
mais próximos estamos. Aí vejo e fico sabendo de brigas
entre irmãos e fico chocado. Esqueça o sangue, dane-se
os laços. Viva a ganância, o poder, a grana. Irmãos que
se odeiam, brigam, se matam. Quse sempre o motivo é o
mesmo: dim-dim. Não tenho dúvida que se tivesse uma
vacina com minha cura, custasse o que custasse, meus
irmãos iam fazer qustão de dividir. Tem irmão? irmãos?
São seu sangue,  tome conta. Lutem juntos. Como papai
e mamãe diriam: "sem brigas, meninos, sem brigas".
          

3 comentários:

Hadys disse...

Melhor definição que ouvi:

"ninguém bate no meu irmão a não ser eu !"

Hadys disse...

Melhor definição que ouvi:

"ninguém bate no meu irmão a não ser eu !"

Coisas Boas da Vida disse...

Tenho TRÊS IRMÃS!! São minha vida!!! Hoje todas casadas com filhos... mas continuamos juntas, como sempre!

Ninguém pode falar mal de nenhuma, a não ser eu! Bu the way, as vezes falo bastante.. ahahahha