sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Raiva


Tem dias que simplesmente eu deveria ficar longe.
Escrever? Nem pensar. De lambuja, o computador
poderia me deixar navegar na internet. E olha lá.
"Eu compactuar com estas idéias subversivas? Nem
pensar" pensaria o computador antes de dar pau
ao menor sinal da abertura do word. "Quando você
estiver mais sereno eu deixo, hoje melhor ver TV".
Mas me aproveitando desta fraqueza cibernética,
entrei no word e expeli este texto purulento.
Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?
Por que me encontro nesta situação? Por que?
Por que? Por que? Poderia achar duzentas e trinta
e quatro boas e críveis respostas: porque Deus quis
assim, porque não tenho fé o suficiente, porque eu
era amargurado, porque, porque, porque. Posso
achar mais e mais respostas, mas nenhuma vai
resolver, aliviar ou extirpar meu problema.
Fui premiado com o azar grande. Dura,
mas pura verdade. Falei? O computador deveria
ficar longe de mim. Mas enquanto limpava meu
organismo destes pensamentos contaminados
surgiu uma palavra que se não é a resposta,
é um meio para justificar o fim. É um caminho
para um local que não existe mapas, uma colher
em um restaurante só de sopa. Vem cá, meu útil
e fiel escudeiro computador, deixa-me digitar
mais estas singelas palavras. Tentar achar uma
resposta é a mais simples besteira que posso fazer.
Simples e pueril onanismo que não vai ajudar em
nada, apenas me afastar deste caminho, deste
computador. Sim, vou falar. Agora. Ao invés
de porques, tenho que me concentrar no que
tenho feito e ainda tenho muito o que fazer: lutar.
Pronto, acalmei. Olá word, olá computadorzinho.
       

5 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, pois é, pois é....o muito por fazer, esse deveria ser sempre nosso pensamento!

Ticiano disse...

Brother, acompanho o teu blog há um bom tempo. Cheguei nele nem sei como, creio que pelo blog do Lord. Admiro a tua perseverança nessa luta, e quero te parabenizar. Os textos às vezes são uma porcaria, tudo bem, mas exprimem tudo o que se sente quando se enfrenta uma situação em que não se tem escolha.

Mais uma vez parabéns, não para de escrever nem de combater o bom combate.

Paz e Bem

Ticiano Oliveira
Paulo Afonso, Sertão da Bahia

Adriana Baltar disse...

Nem sempre podemos decifrar esses desígnios divinos...
Leia o meu post de hoje! (18/dez). Acho que se encaixa bem....
http://avccva.blogspot.com/2011/12/livro-ii-avc.html
[]'s
Adriana

Ol'Jones disse...

Adriana: li esse livro quando minha mãe morreu de repente, achando que mais nada de ruim me aconteceria. Ledo engano.
Queria saber mais de você, como está, de onde é, como me conheceu...
No Facebook, sou o Claudio Dratwa.
Adoraria conhecer sua história...
bj
Ol'Jones

Zulenny Carlo disse...

Também vim te conhecer pelo hadys. Já postei comentários e até pedi para não postar um outro.
A mais ou menos dois meses descobrimos que minha mãe ( 61 ) tinha câncer no seio, estágio 3, dai foi um período bem difícil, cirurgia, linfonotos, espera, antígeno, hercepitin ( R$ 148.000, 00 ), cabelo caindo, segunda quimioterapia amanhã. Pirei Pasalixs, Frontal, Flouxetina, vitaminas e afins. Não tive coragem de continuar lendo seus posts, depois voltei. Todos que a conhecem dizem que ela não e só minha mãe mais de muitos outros, uma pessoa espiritualizada mas não vive em igrejas e nem eu, e ela me disse horas antes de cirurgia " podem tirar o ceio, prefiro perder um braço, perna, que eu pulo que nem saci, e quero viver".

Amanhã estarei do lado dela.

Era só isso!!! Depois falo mais

Zulenny - Goiânia-GO