Talvez por ter sido atleta, comia que nem pedreiro.
Sabe aquele prato, arroz, feijão e macarrão? Era meu.
Hoje em dia, por ter mais limitações na vida, tenho mais
prazer à mesa. Não sei se minhas papilas gustativas evoluiram.
Ainda como que nem um boi (algumas más línguas dirão que
pareço um), mas aprecio mais as iguarias à mim oferecidas.
Me importo menos em gastar uma bela grana em um restaurante,
desde que a comida seja muito boa. Para um muqueta como eu,
só falar em gastar uma bela grana já é uma mudança significativa.
Minha mãe preparava um quitute muito elogiado. Eu nunca fui fã.
Talvez pelo nome ou pela imagem dela inteira no mármore frio,
mas língua nunca me apeteceu. Tenho primos que esperavam
o ano inteiro, para em uma festa judaica se deleitarem
com o prato preparado pela minha mãe. Meu pai também
era um grande fã da língua da minha mãe.
Hoje, em um bistrô que sempre vou aqui do lado de casa
(Le French Bazar), na presença do meu querido irmão,
diante do menu, resolvi pedir por algo inédito: língua.
Não sei se por saudade. Ou porque estava pronto para tal
experiência gastronômica. Só sei que pedi, comi e me deleitei.
Nunca vou saber como era a língua preparada pela minha mãe.
Com certeza melhor, mas esta cumpriu bem sua função:
me alegrou.
2 comentários:
Língua é muito bom, Minha mãe também fazia.
Clá, estava com insônia e parei por aqui. Pela primeira vez lí seu blog, aliás lí todos os seus posts e depois da sensação de uma longa conversa, a qual me emocionei, chorei e aprendi um pouco mais da vida, com você. Aliás me deu uma puta vontade de comer a lingua da Tia Sônia, que só de pensar, me da água na boca. Beijos enormes de quem te ama muito, Léo.
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