segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Politics

Nunca fui cadeirante. Estou cadeirante. Momentaneamente.
De maratonista forte e serelepe passei a depender de outros
para me locomover por aí. E não sei se vocês perceberam,
mas aqui definitivamente não é a Europa. 
As calçadas são completamente esburacadas e os donos 
de estabelecimentos  nunca ouviram falar em rampa. 
Degrau e escada são a moeda corrente. Nem acho 
que é maldade. Com tanto umbigo e interesses, 
quem vai lembrar desses coitados em cadeira-de-rodas?
Ontem fui votar. Não pude. O local não tinha acessibilidade.
Deixar uma urna no térreo não era uma opção. 
O PT rapidamente mostrou seu modus operandi
e eximiu-se de culpa: inverteu o jogo.
“Você tinha que checar no TRE” cheguei a ouvir.
Completamente discrédulo, minha fé na humanidade
foi reestabelecida por um homem. Ao invés de angariar
votos ou ficar bem na foto, o senador Eduardo Suplicy
quis apenas me ajudar a cumprir meu dever cívil
e se ofereceu a me carregar.
E no meio de Tiriricas, Netinhos, Martas e Dilmas,
o bem prevaleceu uma vez mais. 

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