segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em Frente



Não é toda vez que vou escrever, que o texto pulula em minha 
cabeça. De vez em quando, nada acontece. Será que desta vez 
acontecerá? Não escrevo para mudar o mundo. 
O seu ou o nosso, pelo menos. O meu foi mudado e o escrever 
não foi o responsável. Mais provável dizer, uma consequência, 
um prestar de contas para comigo. Mas tem os dias que a conta 
não bate. Não sei sobre o que escrever, tudo está pesado demais, 
injusto demais ou estou cansado demais. Daí não há milagre. 
Nada de conta. Nada de escrita. Hoje este não é o protocolo. 
Obriguei-me a escrever e a aritmética está sendo resolvida
na marra. Logo por mim, que sempre fui péssimo em matemática.
Acordei hoje, não fui trabalhar nem peguei a moto. Não tenho
emprego ou equilíbrio. Equilíbrio para ter um emprego ou andar 
de moto. Então peguei minha scooter elétrica que não é minha, 
mas emprestada e fui-me por calçadas afegãs até o super-mercado. 
Não comprei nada de bom, porque os vinte e tanto quilos a mais 
e a batelada de remédios não permite. Então vim para casa fazer 
contas. Prestar contas. E se não tenho mais saúde física, 
pelo menos a saúde mental está aqui para exorcizar os fantasmas. 
Com a escrita e a massa cinzenta, já mandei uns Gasparzinhos
para casa. Ainda faltam alguns para bancar o padre exorcista, 
mas prestando contas, exercitando a tabuada, vou em frente. 
Sem equilíbrio, mas em frente.
      

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, seus textos são muito bons. Força, bicho.

SIMONE SHITRIT disse...

so saith the shepherd, so saith the flock, AMEN!