Ah, vou me expôr demais em um texto destes. Ah, se este fosse
o problema. O problema é que o cerne de tal texto é refutado
por mim ao mesmo tempo que ele surge. Então pronto. Taí, vou
escrever sobre isto. Sobre o quão mais perto da morte eu estou
em relação a você. Blengh (barulho de compainha negando
tal estapafúrdio. Ou pode ser o barulho de um carimbo carimbando
a palavra "refutado", você decide). Posso estar mais doente que
você, mais avariado que você, em uma situação mais periclitante
que a sua, posso até dizer que estou mais fudido que você mas não
que estou mais perto de morrer do que você. Você sai hoje a noite
e uma Porshe em alta velocidade diminui a sua velocidade. Ou
você é atropelado. Toma um tiro em um briga que não é sua. Ou é.
Um infarte fulminante. Um cofre que cai em sua cabeça. Improvável?
Vai saber. Remoto? Pode ser. Impossível? Possível. Mas com uma
doença destas, como pensar em fazer planos, como pensar em velhice?
E o que a doença tem a ver com isto? Puxa vida, é verdade. Então
não vou sair. Se não sair, não colido com um carro à milhão, não sou
atropelado, não me meto em briga, nem cofre cai na minha cabeça.
Abro uma lata de conservas, fico em casa e morro de uma intoxicação
alimentar. Caio no banho. Um infarte fulminante. Um vazamento
de gás. Então se todo mundo está praticamente na mesma merda,
para quê tudo isto? Para terminar este texto com os clichês mais
óbvios e ululantes possíveis. Não faça planos tão longínquos.
Curta a vida que a vida é curta. Caixão não tem gaveta.
É meu amigo, life is a bitch, né não? But I like it.
Um comentário:
I like too...e concordo com vc...afinal quem eh q esta protegido? E protegido do que? O melhor eh curtir cada momento intensamente, mesmo q seja, como vc mesmo disse, aqueles no sofa, vendo televisao, ao lado do(s) cachorro(s) amado(s)...bjs
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