quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Topek nº 37


Quando adquiri o Topek, após um fim de namoro doentio mas que
deu certo enquanto durou, uma preocupação invadia minha alma:
O bichinho tinha que ser feliz. Como marinheiro de primeira viagem
canina, ouvi que sozinho ele podia ficar triste, depressivo, revoltado,
miserável. Não aconteceu. O tal bichinho é uma alegria só, divertido
e bem-humorado, só faz cara de triste quando quer comida. As aulas
de teatro para ele deram certo. É comovente a cara de coitado que ele
faz. Onde quero chegar com isto? Quando eu estava bom, ia com ele
umas três vezes por semana no Ibirapuera trotar. Encontrávamos meus 
amigos, amigos dele e o bicho adorava. À noite, mais um belo e longo
passeio regado a corridas e provocações mútuas na garagem. Quando
eu fiquei ruim, o Topek continuou feliz. Acabaram-se as corridas no
parque ou na garagem. Como o dono, engordou e ficou mais meigo.
Se adaptou e continua sua vidinha aprazível. Onde quero chagar
com isto? Cheguei. Não sei se posso dizer "os cachorros", mas posso
dizer "meu cachorro é adaptável". O Topek se adaptou a uma nova
realidade. Menos tempo nas ruas e parques. Mais tempo na cama
e na TV. Mais meiguice, menos molecagem. Sempre achei que
o ser humano se adapta. E a lição que estou aprendendo com
o Topek, com a doença, com o Bartolomeu é que também estou
me adaptando. Menos tempo nas ruas e parques. Mais tempo
na cama e na TV. Mais meiguice, menos molecagem.

3 comentários:

only 2 wheels disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
only 2 wheels disse...

Ele não contrariou o ditado e comprovou que "o cão é o melhor amigo do homem"..... Abrasss

Li disse...

Eu amo esse Topek...bjs