terça-feira, 8 de novembro de 2011

Vitória


Definitivamente bato muito na mesma tecla.
E não é por causa da minha mão avariada, mas
por puro conhecimento de causa. Este ano e tanto,
beirando quase dois de doença me deu tarimba
necessária para falar do assunto. Como levei a vida
antes também. Nunca desperdicei uma chance,
sempre vivi o máximo. Mas não dava muito valor
a ela. Nunca fui de cantarolar com os passarinhos
ou abraçar árvores, mas simplesmente não via a vida
como uma dádiva. Até me deparar com uma doença
em que a previsão para usufruir era de três a quatro
meses. Dizem que você dá mais valor a uma coisa
quando a perde. E não estou falando de um
relacionamento ou de um bem material. Estou falando
da vida. Eis que os quatro meses viraram oito que viraram
dezesseis. Por mais que pensar só na metade do copo
vazia seja atraente, pensar só em como estou, minha
dependência física, a falta de andar plenamente, a falta
de equilíbrio, da tão importante para mim privacidade,
até da minha Harley, mais importante é ver a metade
do copo cheia. É pensar que por mais que tenha uma
dependência física, tenho uma total independência mental.
É pensar que nestes dezesseis meses tive o contato
dos irmãos, da família, dos amigos. Fiquei com o Topek,
comi peixe à hungara, ri e fiz rir, vi pela TV o show do
Rei Roberto em Jerusalém, lembrei do show que assisti
ao vivo do Eric Clapton também em Jerusalém, é pensar
que estou vivendo. É pensar que estes dezesseis meses
se tornem trinta e dois, sessenta e quatro, cento e vinte
e oito e etcetera, etcetera e etcetera.
            

2 comentários:

Eduardo Di Lascio disse...

Para mim você é um gigante.

Li disse...

Q sejam muitos!!!
Q vc consiga, sempre, valorizar cada gota deste meio copo...bjs. Te amo! Li