Lembro direitinho que já tinha ido várias vezes a Nova York,
mas não em pontos turísticos. Fui no Zoo do Central Park,
na Harley-Davidson no Brooklyn, em uma igreja gospel no Bronx,
no boardwalk de Staten Island, no Guggenheim do SoHo, no
porta-aviões Intrepid, a beira do Hudson. Até em uma filmagem
do Woody Allen entrei por acidente. No meio do caminho,
matei a fome com os sanduíches de pastrami do Kat'z ou do
Carnegie Deli, o melhor hot-dog do mundo no Gray's Papaya
ou um belo hamburger acompanhado de várias cervejas no
P.J. Clarke's. Umas ostras no Oyster Bar da Central Station
também iam bem. Uma bela vez após participar de um processo
de criação para um cliente mundial na ilha de Bermudas
(sim, o mundo da propaganda era mais divertido), oito dias
trabalhando em uma praia paradisíaca, em um hotel seis estrelas,
mergulhando e sorvendo inúmeras piñas coladas (sim, o mundo
da propaganda era BEM mais divertido), fui para Nova York.
Desta vez com um nova-iorquino da gema. Um colega que fiz
em tal "trabalho". Em um dia ensolarado, ele insistiu e acabamos
indo em um ponto turístico. A não ser museus, sightseeing não me
atraía muito. Mas ele estava animado com um comercial que tinha
recém filmado ali e fomos. Para cima, para baixo, para lá e para cá,
heliponto e outros locais não permitidos para seres humanos
comuns. Ficamos até a hora do almoço no lugar.
World Trade Center. Este era o tal ponto turístico. Quando?
Nove e pouco da manhã, nos primeiros dias de setembro. Ano?
Sim, dois mil e um. Quem? Uma doença. Ódio. Um câncer
que no dia onze de setembro de dois mil e um assassinou mais
de duas mil e setescentas pessoas. Escapei por questão de dias.
Demorou dez anos para trucidar este embaixador do ódio.
Dez anos para matar este câncer. O meu ainda não mataram.
Mas não vai demorar tanto.
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