sábado, 18 de junho de 2011

Ráscal



Amanhã será a prova dos quarenta e dois quilômetros, cento
e noventa e cinco metros de São Paulo. Longa, cansativa e única
distância que pode ser alcunhada pela sagrada palavra: Maratona.
Andou lendo meu blog, né? Já sabe que não existe Maratona de
São Silvestre (prova de quinze quilômetros). Então corra para
o próximo texto. Acho que será mais legal. Este aqui? Saudosismo
desvairado. O tempo passa rápido. Seis anos me distanciam desta
última maratona de São Paulo que corri. O tempo se distancia
rápido. E o legal é que é aqui. Acordei, peguei um táxi, corri, me
senti um imortal, peguei outro táxi (porque não fui correndo?),
tomei um banho merecedíssimo em meu humilde e delicioso
chuveiro, me senti imortal novamente, me vesti e fui. Almoçar.
Os imortais merecem comer bem. E esta seria apenas a primeira
maratona de um ano que cismei em correr três. Lembro do sabor
do Fetuccinni Alfredo do Ráscal. Lembro da satisfação de
completar mais uma maratona. Lembro de andar com dificuldade
depois da missão cumprida. Lembro uma vez mais da imortalidade
Lembro do ano anterior em que o cidadão do mundo aqui passou
uns cinco meses trabalhando em Florianópolis e depois mais
uns três meses passeando pelo verão canadense. Fiz costa-a-costa
em uma Kombi sem nenhum tipo de entorpecente.
Algumas cervejas e doses maciças do inédito me bastaram. E estar
com a família. Com o Fetuccinni, no Ráscal, além do parmesão
ralado, a deliciosa presença da família me saciava.
Lembro da felicidade, da serenidade, da resplandecência
de uma senhora sem rugas e satisfeita com o que a vida lhe podia
proporcionar. Paz e amor faziam minha mãe flutuar. Falei?
Saudosismo. Amanhã não vou correr a maratona mas vou andar 
com dificuldade. A imortalidade, de certa forma ainda perdura 
(segundo probabilidades e estatísticas). Minha mãe só estará 
presente em memória. Oba. Já sei onde almoçar. Bons motivos 
não faltam. Nem o Fetuccinni ou a torta de maçã, espero eu.
     

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