quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sadness


Homo Sapiens. Faço parte do clube, mas não sei se me orgulho
ou me envergonho. Não tenho carteirinha nem pago mensalidade.
Gosto de ter minha opinião sobre o que bem entender e isto acho
que ainda é exclusivo desta associação. Desde que fui surpreendido
e possuído por esta doença, tenho procurado lembrar de algum
caso remotamente parecido ou tão pesado. Sim, maluco total.
Achava que de repente, sabendo de algo tão punk, me sentiria
melhor ou menos injustiçado. Quer parar? A psicose só piora.
Eis que lembrei. Leandro, dupla sertaneja de seu irmão querido
Leonardo descobriu um câncer no auge de sua fortuna. No auge
dos seus trinta e poucos anos. Em pouco mais de dois meses, 
faleceu. Sabia que tinha um, pelo menos um caso tão horripilante. 
La, la, la. Achei. Fiquei melhor? Mais tranquilo ou menos injustiçado? 
Não, fiquei triste. Bem triste. Tadinho do cara. Lembrei de uma 
de suas últimas fotos, na varanda de seu apartamento, abatido 
e devastado pela doença. Esta semana conheci uma menina na flor 
de seus vinte e seis aninhos. Câncer nos ossos. Acho que com 
metástase. Não é competição, mas parece que achei outro caso pior. 
Agora sim, estou melhor? Mais aliviado? Não, devastado. 
E você, tudo bem?
      

2 comentários:

Daniel Goltcher disse...

Fui ontem no show do Alice Cooper. Você estava lá o tempo todo comigo (pelo menos na minha cabeça). Não vejo a hora do meu companheiro de shows voltar ao batente. Torço por isso todos os dias! Abração, amigo!

Coisas Boas da Vida disse...

Pensar na dor alheia definitivamente não nos alivia... Pelo contrário: a nossa própria dor temos força para superar ou se resolvemos nos entregar isso não nos angustia, simplesmente porque depende de nós!

Infelizmente, já vivi de perto esse drama com pessoas muito queridas... Hoje devastado, amanhã um dia normal, depois de amanhã um dia feliz... Não estou fazendo tratamento algum e comigo é assim... Acho que é da natureza da nossa espécie. Com absoluta certeza você vive muito melhor do que muita gente “saudável” que conheço.

Ler os seus pensamentos me enriquecem a alma. Obrigada!!

By the way, já vi finais bastante felizes dessa doença e me apego a eles!

Keep walking and writing!
Cristina